Um Palio 2010, motor EVO, chegou à oficina com a luz da injeção acesa. O scanner apontava falha de cilindro. O mecânico começou pelo procedimento mais comum: trocou a vela. A luz apagou, mas logo voltou a acender. Em seguida, substituiu a bobina. O problema parecia resolvido, mas novamente a luz retornava.
O curioso é que a falha indicada pelo scanner mudava de cilindro a cada diagnóstico, o que levantou suspeitas. Para aprofundar a análise, o mecânico retirou as velas e utilizou uma chave de fenda no cilindro. O teste revelou algo inesperado: a chave ficou úmida, mostrando que havia passagem de água para dentro do cilindro. Este vazamento molhava a vela e causava falhas intermitentes.
O veredito final: um trinco no cabeçote. Ou seja, não se tratava de um defeito na injeção eletrônica, mas de um problema mecânico sério que mascarava os sintomas.
Lição do caso: nem sempre a luz de injeção indica falha na eletrônica do veículo. Vazamentos, trincos ou problemas estruturais do motor podem provocar sintomas semelhantes, exigindo um diagnóstico mais completo e multidisciplinar.
Caso Real 5 – Sensor de manivela x correia dentada fora de ponto

SENA SOUZA – Mecânico automotivo há mais de 25 anos, especializado em injeção eletrônica, manutenção corretiva e manutenção preventiva. Minha missão é compartilhar conhecimento técnico e dicas práticas para ajudar motoristas, profissionais da área e apaixonados por carros a entenderem melhor seus veículos e cuidarem deles no dia a dia.