A cada vez mais frequente circulação de óleos lubrificantes adulterados ou falsificados preocupa mecânicos e motoristas: segundo levantamentos recentes, a estimativa de produtos fora das especificações chega a cerca de 10–20% do mercado em amostras analisadas — um problema que pode causar desde perda de performance até danos irreversíveis ao motor. (Instituto Combustível Legal)
Falsificadores usam métodos variados: diluem óleo com solventes, reaproveitam embalagens originais recolhidas e as reenchem com produto de procedência duvidosa, ou então fabricam rótulos e frascos muito parecidos com os das marcas conhecidas. Isso faz com que o preço muito baixo e a boa aparência da embalagem não sejam garantia de segurança. (Agora Motor)
Se você é dono de oficina, gestor de frota ou motorista preocupado com a durabilidade do veículo, a melhor atitude é prevenir — comprando de canais confiáveis e sabendo identificar sinais de adulteração.
Por que óleos adulterados são tão perigosos
- Perda das propriedades: óleos falsificados podem não ter os aditivos antifricção e detergentes necessários; isso aumenta atrito, deposição de borra e desgaste prematuro
- Formação de borra: produtos fora da especificação aceleram a formação de borra (resíduos/carvão), que entopem canais, danificam anéis e reduz a refrigeração das partes críticas.
- Perda de garantia: montadoras e fabricantes podem negar garantias quando se comprova uso de lubrificante fora das especificações recomendadas. (Quatro Rodas)
Como identificar óleos suspeitos (sinais práticos)
- Preço muito abaixo do mercado — oferta “imperdível” pode ser isca; se o produto custar muito menos que a média, desconfie
- Embalagem e rótulo — procure por selo de segurança, código de lote/validade legível, impressão desalinhada, diferença de cores ou plástico de baixa qualidade. Falsificadores reaproveitam frascos e até imprimem rótulos semelhantes
- Textura e aparência do óleo — ao manusear (com luva), óleos adulterados podem apresentar viscosidade estranha, sedimentação ou cheiro anormal. Isso não substitui análise laboratorial, mas é um sinal (deiton.com.br)
- Ausência de nota fiscal — revenda sem nota ou sem dados do distribuidor autorizado é sinal claro de risco e crime tributário/ambiental
- Compra em sites com reputação ruim — verifique avaliações, tempo de atuação do vendedor e presença do CNPJ. Prefira canais oficiais das marcas ou distribuidores autorizados (Shell Brasil)
Onde comprar com segurança: distribuidores e canais oficiais
- Consulte a lista de produtores e agentes autorizados disponível pela ANP antes de fechar grandes compras. A agência atualiza registros de produtores, rerrefinadores e coletores autorizados (Serviços e Informações do Brasil)
- Prefira redes de distribuidores oficiais das marcas (Shell, Mobil, Petronas, etc.) — a maioria tem páginas para localizar distribuidores por estado/município
- Evite compras grandes em lojas sem CNPJ visível ou vendedores com poucas avaliações; para oficinas, ter um contrato com distribuidor autorizado reduz risco de receber produto fora de especificação
Procedimentos na oficina: reduzir risco e detectar borra
- Sempre exija nota fiscal do lubrificante e mantenha registro do lote/fornecedor junto ao serviço. Documento é prova em caso de reclamação
- Ao trocar óleo, observe cor, cheiro e eventual presença de partículas. Se houver suspeita, colete amostra e acione o fabricante para análise laboratorial (deiton.com.br)
- Em casos de borra avançada: realize limpeza adequada (flush recomendado pela montadora quando aplicável) e, se necessário, diagnóstico mais profundo antes de substituir componentes caros
Dica extra (serviço público / produto): como denunciar e checar procedência
Se suspeitar de produto falsificado ou vendido sem autorização:
- Use a seção “Denuncie” do Instituto Combustível Legal (ICL) para orientações e encaminhamentos regionais; o ICL reúne contatos dos órgãos competentes e orienta sobre o passo a passo(Instituto Combustível Legal)
- A ANP também recebe denúncias e fornece canais de atendimento (Fale Conosco / telefone 0800 970 0267). Denunciar ajuda a fiscalizar e reduzir a circulação de produtos irregulares (Serviços e Informações do Brasil)
Conclusão
A adulteração e falsificação de óleos lubrificantes é uma realidade que já causa prejuízos significativos e coloca em risco a vida útil dos motores — mas ações simples reduzem muito esse risco: comprar em canais confiáveis, exigir nota fiscal, checar rótulos e manter registro do lote são medidas práticas que protegem tanto o consumidor quanto a oficina. Informação e prevenção são as melhores armas contra fraudes. (Terra)

SENA SOUZA – Mecânico automotivo há mais de 25 anos, especializado em injeção eletrônica, manutenção corretiva e manutenção preventiva. Minha missão é compartilhar conhecimento técnico e dicas práticas para ajudar motoristas, profissionais da área e apaixonados por carros a entenderem melhor seus veículos e cuidarem deles no dia a dia.
